Sócios Fundadores

Aquilino Ferreira

Da Arte Plástica como expressão do sublime

Aquilino Ferreira é um nome incontornável da arte portuguesa contemporânea,
não apenas na pintura, mas também nas artes plásticas na sua generalidade. Para além da sua originalidade criadora, quer na pintura quer na escultura, a sua obra multiplica- se, contínua e ininterruptamente, durante as últimas décadas, numa vida inteiramente consagrada à arte.

Aquilino Ferreira nasce em Vieira de Leiria, entre raios de sol e ventos fortes do
mar, num país de navegadores e gente de bem: Portugal.

O seu nome afirmou-se além-fronteiras, principalmente em França a partir da década de 1980, desbravando caminhos longos e difíceis, sulcando ondas alterosas como as antigas caravelas, destemidas, embora frágeis, dando-se a conhecer por outras terras deste mundo, cuja imensidade nos surge tão colorido como uma aguarela de limites incontornáveis.

Após ter procurado e desbravado novos rumos para a sua arte, acaba por regressar à Pátria para ficar, o seu porto de abrigo. Aquilino Ferreira ama a sua terra e recolhe das suas origens as bases da sua formação pessoal e artística, as quais estão nele implícitas, afirmando desse modo a
sua apetência para as formas artísticas.

O seu inatismo criador levam-no a relacionar-se com áreas tão distintas como o teatro, a rádio ou o cinema, domínios nos quais fez manifestar as regras da harmonia,
sempre presentes na sua obra.

Esta virtualidade criadora acentua a sua peculiar personalidade. Este artista multifacetado domina variadas técnicas artísticas, circunstância que lhe permitiu alcançar um currículo notável. Desse currículo salientam- se os três painéis de azulejo para a Gare da Disneyland de Paris, espaço onde também realiza a sua primeira grande exposição.

Expõe em Chambre Syndicale des Céramistes et Atelier d’Art de France, ainda antes de ter concluído a sua Formação nas áreas da Pintura, da Cerâmica, das Artes Gráficas, do Design e da Publicidade.
Actualmente, Aquilino Ferreira usa o chamado «lixo electrónico», artefactos da
tecnologia que vai reciclando, conferindo-lhes uma nova identidade.

Através do domínio da Técnica Mista em tela, cria inúmeras obras artísticas, as quais tendem a manifestar uma expressão criadora que se identifica com a denominada «Quarta Revolução Industrial». Há, nas suas criações, um universo de novos significados, abertos à compreensão e à inteligência do homem contemporâneo.

É uma «obra aberta», para usarmos uma designação formulada pelo semiólogo Umberto Eco, a qual permite ao artista a possibilidade de alcançar a expressão mais próxima do Sublime, a categoria criadora que Aristóteles talvez mais tivesse valorizado no seu pensamento acerca da Poética das formas artísticas.